Piaget defende que no Jardim de Infância deviam predominar os jogos simbólicos, pois através destes a criança simula o real para compreender em função das suas necessidades e ainda para resolver os seus conflitos. Deste modo a criança tende a imitar o mundo dos adultos, mas adapta-se à sua realidade.
Através do jogo a criança percebe quais são os seus limites e os limites dos outros porque, muitas vezes, é a própria criança quem se vê na necessidade de negociar as regras dos jogos que realiza. O relacionamento social desenvolve-se na vivencia de situações estratégicas de liderança e cooperação a fim de se obter objectivos comuns ao grupo. Os jogos poderão ser, assim redutores das tensões do grupo, permitindo a participação, integração negociada e, ao mesmo tempo, a manutenção das tradições. (cfr. PIAGET, 1971, p. 48).
Para aprender determinado jogo educativo é necessário ter por base duas funções fundamentais:
· Uma função lúdica em que o jogo serve para brincar e divertir;
· Uma função educativa em que o jogo ensina algo que completa o saber, os conhecimentos do jogador e a sua percepção.
Sendo o jogo uma actividade natural e espontânea da criança, é de maior importância que se proporcione esta actividade nos Jardins de Infância, escolas e outros espaços de socialização, de forma a transformar estes em locais agradáveis, factor essencial para o equilíbrio emocional e desenvolvimento integral da criança.
Desta forma e através do jogo a criança irá desenvolver competências tão importantes como:
· Progredir na busca da sua própria identidade;
· Desenvolver a imaginação e a própria criatividade, elaborando os seus próprios jogos a partir de objectos do ambiente;
· Desenvolver a capacidade de expressão do mundo interior, projectando em muitos casos o que aprendeu do mundo do adulto;
· Iniciar-se num processo de socialização que caracteriza o jogo;
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